O agente da Polícia Federal Wladimir Soares, investigado pela trama golpista, espionou o delegado Cleyber Malta Lopes, que atuava como Coordenador de Execução da operação da Polícia Federal na segurança da cerimônia de posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2022.
A informação está no relatório da Polícia Federal enviado para o ministro Alexandre de Moraes. Ele teria encaminhado uma foto do delegado da PF Cleyber Malta para Sérgio Rocha Cordeiro, assessor especial da Presidência no governo Bolsonaro.
De acordo com o relatório, Cordeiro era o contato de Wladimir com o núcleo palaciano do golpe. Ele ainda teria repassado para o assessor dados e localização do sargento reformado Misael Melo da Silva, que também fazia parte da equipe de segurança de Lula. Wladimir obtinha as informações com policiais de força tática na equipe, segundo a PF.
O agente foi denunciado por fornecer informações sigilosas sobre a segurança de Lula, o que era parte do planejamento operacional “Punhal verde amarelo”. O plano envolvia a possibilidade de assassinar o presidente eleito.
Uma perícia da PF no aplicativo WhatsApp, em aparelhos apreendidos do agente, revelou áudios em que ele menciona um grupo armado preparado para prender ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ele também afirma que iriam “matar meio mundo” se necessário. Além disso, o policial critica o ex-presidente Jair Bolsonaro, dizendo que ele “deu para trás” ao não autorizar ações mais drásticas para impedir a posse do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Em 22 de dezembro, Wladimir disse, em áudio, segundo a PF:
De acordo com o relatório, o agente investigado confirmou que foi escalado para trabalhar na posse presidencial nas eleições de 2022, sendo um dos coordenadores da segurança fixa dos hotéis. No mesmo ano, segundo ele, também foi convidado para compor uma equipe que faria a segurança do Palácio do Planalto e do então presidente Jair Bolsonaro, caso ele “não entregasse a faixa presidencial”.