O coronel Edgar Estevo, do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, confirmou, há pouco, 34 mortes até o momento em Brumadinho. As autoridades trabalham com o número de 296 desaparecidos, que seriam funcionários e pessoas que prestavam trabalho para a mineradora Vale.
Mais cedo, a empresa tinha divulgado em seu site uma lista com 413 nomes de pessoas com as quais não conseguiu estabelecer contato. Moradores e familiares que dão falta de mais pessoas estão sendo orientados a passarem os dados para as autoridades incluírem no balanço.
A empresa disponibilizou também atendimento telefônico à população, assim como ações de uma equipe de assistentes sociais e psicólogos para atendimento dos atingidos e de seus familiares. Os números para contato são: 0800 285 7000 (Alô Ferrovia – prioritário) e 0800 821 5000 (Ouvidoria da Vale).
O risco de rompimento de uma segunda barragem de água levou a Defesa Civil a suspender as buscas e evacuar as áreas atingidas pela lama e duas comunidades ribeirinhas. A decisão foi tomada de madrugada. Agora, novas equipes são esperadas, de acordo com equipes de resgate que trabalharam no local. Elas vão trabalhar na contenção. Um grupamento do exército de Juiz de Fora também é aguardado e deve assumir a tarefa de retirada dos corpos por decisão do governo. Na região, fala-se em até 500 mortos.
Os corpos estão sendo levados para um edifício próximo à UPA DE Brumadinho. Na UPA, estão também alguns dos feridos.
O vendedor Gledson Alves aguarda notícias do primo Ramon Jr. Pinto, desaparecido. Ele próprio também teve que sair de casa porque há risco de que mais rejeitos desçam pelo Rio Paraopeba, que passa atrás de sua residência. segundo ele, os rejeitos formaram uma barragem que impede a descida de água e mais lama, mas há risco de rompimento.
“A polícia passou de madrugada com ônibus e alto falantes pedindo para as pessoas saírem de casa, mas muita gente não quis sair”, conta.
O desempregado Fernando NInes Araújo, irmão de Peterson Ribeiro também aguarda informações. O irmão, contratado de uma terceirizada da Vale, estava trabalhando justamente na área da represa. “Para piorar, a prefeitura criou uma barreira que não deixa ninguém chegar perto”, reclama. “Até para chegar no posto de atendimento está difícil”, diz.