O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) negou o último habeas corpus pedido pela defesa de Adriana Ferreira Almeida, a ‘Viúva da Mega-Sena’, condenada a 20 anos de prisão pela morte do marido, René Sena, ganhador do prêmio de R$ 52 milhões em 2005.
René foi assassinado a tiros em 7 de janeiro de 2007, na cidade de Rio Bonito, no interior do estado, quando conversava com amigos em um bar. Lavrador que teve que amputar as duas pernas em decorrência do diabetes, ele ganhou sozinho a Mega-Sena na época. Adriana, na época cabeleireira na cidade, se aproximou do rapaz depois que ele ficou milionário. As investigações apontaram a mulher como mandante do crime.
No habeas corpus, a defesa pedia redução da pena da ‘Viúva da Mega-Sena’, mas o relator do processo, desembargador Claudio Tavares de Oliveira Junior, da 8ª Câmara Criminal do TJ, justificou que a pena fixada acima do limite legal ocorreu “devido ao reconhecimento da maior reprovabilidade da conduta da paciente, que atentou contra a vida de seu então companheiro, pessoa portadora de necessidades especiais de quem conhecia a rotina, utilizando-se de tal circunstância para facilitar a execução do crime, o que por óbvio, excede a normalidade do tipo penal”.
Prêmio – René Senna ganhou R$ 52 milhões na Mega-Sena em julho de 2005 e foi assassinado quase dois anos depois, com quatro tiros, quando conversava com amigos na porta de um bar em Rio Bonito, onde morava.
A viúva, Adriana Almeida, 25 anos mais jovem que Sena, foi apontada pela polícia como a mandante do crime, supostamente motivada pela herança. O caso foi encerrado em dezembro de 2016, quando Adriana Almeida foi condenada a 20 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado.
Adriana era cabeleireira na cidade e foi levada por uma irmã da vítima a passar o Natal na casa do milionário, que ele tinha adquirido em um condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio.
Durante a festa de fim de ano, Adriana se aproximou de René e começou a namorá-lo. Humilde, ele decidiu voltar para Rio Bonito, onde nascera, e, meses depois, casou com Adriana, que começou a mandar em tudo, afastando-o dos irmãos e parentes e até da filha, nascida de um relacionamento anterior.
Com as duas pernas amputadas, René andava em um quadriciclo pela cidade e tinha o hábito de, nos fins de semana, ir a um bar conversar e tomar cerveja com os amigos. Foi em um bar que René foi assassinado por homens que estavam em uma motocicleta e fizeram diversos disparos contra ele. René morreu na hora.