Todo ano é a mesma situação! A gripe que vem depois do Carnaval leva o nome da música mais tocada. Quem não se lembra da Dalila, em 2009? Mas, neste ano, uma preocupação maior tem tomado conta: o coronavírus. A epidemia surgiu na China e chamou a atenção do mundo inteiro. A patologia, de acordo com especialistas, se caracteriza por ser do grupo de agentes que provocam infecções respiratórias moderadas, ou de longa duração.
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“Eles provocam doenças respiratórias, mas podem também provocar outros tipos de doenças intestinais, diarreias, ou até inflamações no sistema nervoso central”, explica o médico infectologista de referência do Hospital Aliança, Adriano Oliveira.
A primeira vez que se falou sobre o coronavírus foi em meados da década de 60. No entanto, o aparecimento de casos com uma nova geração do vírus começou a alarmar a população, que teme a chegada ao Brasil. “Esse novo tipo de vírus pode causar infecções respiratórias muito graves, como pneumonia, com quadro de insuficiência respiratória intensa, que pode levar à morte”, esclarece o especialista.
Mais de 80 casos fatais já foram confirmadas na China. De acordo com o infectologista ouvido pelo Aratu On, os sintomas do coronavírus são muito parecidos com o de um resfriado: náusea, dor de cabeça, nariz entupido, espirros, dor de garganta, tosse seca.
MAS E SE O VÍRUS DESEMBARCAR EM SALVADOR?
Nesta segunda-feira (27/1), o Ministério da Saúde descartou a suspeita de um paciente contaminado pelo vírus em Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. O órgão informou que os sintomas não se enquadravam na atual definição da Organização Mundial da Saúde (OMS). O médico Adriano Oliveira, no entanto, alerta para a preocupação da possível chegada do vírus à capital baiana, que recebe milhares de turistas no verão.
“A forma de contágio desse vírus é a mesma de qualquer vírus respiratório, ou seja, através de secreções respiratórias. Seja através de espirros, gotículas, que são espalhadas no ar, ou por secreções nas mãos de pessoas infectadas, que elas acabam deixando nas superfícies, tocando o corpo de outra pessoa em um aperto de mão, beijo no rosto, enfim, contatos pessoais”, diz ele.
Com a multidão de pessoas durante o Carnaval, Adriano considera que a transmissão do vírus aconteça de forma muito fácil. “Se ele estiver por aqui [o vírus] devemos evitar aglomerações, o que é praticamente impossível na avenida”, alerta.
O médico considera que é difícil evitar o contágio. “Como você conseguiria manter a higiene das mãos com segurança? Como você evitaria que alguém espirrasse ou tossisse perto de você? Como você evitaria de entrar em contato com secreções que alguém deixou no corrimão da escada do camarote?”, questiona. Apesar do medo, o Ministério da Saúde já informou que o Brasil “estaria preparado” para lidar com uma epidemia da doença.
*Sob supervisão do editor, Jean Mendes