Se há a possibilidade de uma patente circular entre áreas diferentes como a educação, operações especiais e salva vidas essa é a do soldado. Neste domingo (25) é celebrado o dia destes profissionais, que marca o nascimento de Duque de Caxias –patrono do Exército Brasileiro – que se tornou conhecido como “pacificador” após sufocar muitas rebeliões contra o Império no Brasil. Por isso Álisson Guimarães e Rubem Martins Santos Filho, da Polícia Militar e Antônio Lucas Burgos, do Corpo de Bombeiros Militar, contam as trajetórias e particularidades desempenhadas dentro de cada função nas corporações.
Álisson Guimarães Freitas é soldado da Polícia Militar há 11 anos e professor da Base Comunitária de Segurança (BCS) Fazenda Coutos há sete. Ele ministra aulas no projeto Karatê do Saber e contou que o policial que também é instrutor tem uma profissão dupla, que não deixa de ser operacional quando a sociedade precisa. O esporte está na vida de Álisson desde os 13 anos e hoje, com 31, compartilha conhecimentos com crianças e adolescentes.
“Nesta função extra, sinto que consigo me doar mais para os jovens da comunidade e isso me torna mais próximo deles, conquistando uma confiança maior até dos seus pais. Me vejo numa missão direta na construção de cidadão que essa garota está se tornando e fico feliz quando eles conquistam objetivos”, declarou.
Ele ainda revelou que sempre quis ser policial, tendo como referência o pai. “Infelizmente ele faleceu em serviço, mas isso não me desestimulou, me fez ter ainda mais vontade de seguir os passos dele. Hoje tenho orgulho do que tenho me tornado e é gratificante ver o retorno que recebo da sociedade”, finalizou soldado Álisson.
Rubem Martins Santos Filho, 46 anos, é soldado da PM desde 1993 e atua no Batalhão de Operações Especiais há 15 anos. Ele já carrega o nome e segue a missão do pai também e o tem como a maior referência para ser policial. Relatando sobre o curso de formação para o Bope, contou que quando começou, não sabia a grandiosidade que seria, achou que fosse um curso comum.
“Cai meio que de paraquedas, quando me dei conta do que era realmente a formação, já estava no meio. Pensei em desistir em alguns momentos, a família ficou preocupada por causa do treinamento pesado, mas eu quis ir até o fim. Com o apoio dos colegas e instrutores, a caminhada se tornou menos difícil”, disse, acrescentando que hoje todos se orgulham do trabalho que é realizado, principalmente quando ele aparece na mídia.
O primeiro cinto-bomba que ajudou a desativar foi em 2012, na cidade de Caetité. “Nos deslocamos sem os equipamentos adequados. O gerente do Banco do Brasil estava em risco e tivemos que agir com a expertise para desativar o explosivo sem problemas. Como nunca tínhamos lidado com esse tipo de explosivo, a experiência que nos guiou”, declarou soldado Rubem.
Já Antônio Lucas Burgos é soldado do Corpo de Bombeiros Militar há pouco mais de um ano, tem 26 anos e atua com guarda-vidas no Grupamento Marítimo (Gmar). Ele contou que é apaixonado pela profissão e hoje não se vê fazendo outra coisa. “Eu gosto bastante dessa arte que é salvar vidas e adoro estar nas praias atento para qualquer demanda”, disse.
Uma das ocorrências que mais marcou sua carreira aconteceu durante um treinamento. “Estávamos eu, alguns colegas e o supervisor simulando resgate na praia quando visualizamos três jovens bebendo indo em direção a uma área de correnteza. Resolvi conversar sobre os riscos e eles disseram que não precisava a preocupação pois sabiam nadar. Minutos depois, uma menina do grupo sinalizou que estava num local fundo e não conseguia voltar”, descreveu.
Ele contou que sentiu que a presença deles ali, naquele momento, foi essencial para salvar a vida daqueles jovens. “Se não estivéssemos lá, a menina precisaria de ajuda, os colegas bebendo tentariam ajudar e talvez os três corressem perigo de afogamento. Por isso sempre indico que todos procurem praias que tenham a nossa cobertura para que possam aproveitar o dia com olhos atentos prontos para servi-los”, ressaltou.
Todos eles na mesma patente realizando funções diferentes. Isso mostra o quanto há versatilidade na profissão e a importância que todos têm para alcança o objetivo primordial que é manter a sociedade segura.
Fonte: Mariana Andrade / Ascom/SSP/BA