Moraes Moreira, Riachão, Jorge Portugal, Jaime Sodré, Elsimar Coutinho, Jotinha e Cira do Acarajé foram algumas das personalidades baianas que se despediram em 2020.
Aos 98 anos, Riachão, um dos mais importantes sambistas do país, morreu em Salvador, no dia 30 de março. Ainda este ano, ele participou do carnaval no circuito que leva seu nome, no bairro do Garcia, onde nasceu e foi criado. Da varanda de casa, acenava para o público e ali, sem nem saber, já se despedia dos foliões que tanto o admiravam.
Riachão, um dos mais antigos e principais sambistas da Bahia, na Mudança do Garcia este ano, no carnaval em Salvador — Foto: Enaldo Pinto/Ag Haack
No dia 13 de abril, o público deu adeus ao baiano Moraes Moreira, que morreu aos 72 anos, na casa onde morava, no bairro da Gávea, no Rio de Janeiro. Moraes, com suas composições, voz e violão, marcou uma geração e fez história com o grupo Novos Baianos. Aos pés do poeta Castro Alves, o também poeta Moraes foi primeiro cantor de trio elétrico, ao subir no trio de Dodô e Osmar, e seu último carnaval este ano foi também na Praça Castro Alves, onde embalou o público com seus sucessos.
Em agosto, a Bahia perdeu três grandes personalidades que se dedicaram a dividir o muito do conhecimento que tinham com aqueles que os viam como referências no que faziam. No dia 3 de agosto, o professor Jorge Portugal morreu em Salvador de falência cardíaca aguda.
Três dias depois, em 6 de agosto, o historiador, escritor e professor Jaime Sodré, doutor em História da Cultura Negra, morreu, também na capital baiana. E no dia17 de agosto, outra tristeza para os baianos, a morte do médico e cientista Elsimar Coutinho, vítima da Covid-19.
Em novembro, mais uma vítima da Covid-19 se despediu. O humorista Jotinha teve falência múltipla de órgãos em decorrência do novo coronavírus.
E em dezembro, uma das quituteiras mais importantes do estado também deu adeus aos baianos: Cira do Acarajé. Ela foi internada no mês de novembro em um hospital de Salvador, após apresentar problemas renais, e faleceu 18 dias depois.
Confira abaixo as mortes de personalidades que marcaram a Bahia em 2020:
Janeiro
Carlos França
Artista plástico e cartunista Carlos França, morreu na Bahia em janeiro de 2020 — Foto: Arquivo Pessoal
No dia 14, o artista plástico e cartunista Carlos França, de 71 anos, morreu em Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador, vítima de um infarto. Ele deixou esposa e duas filhas. Carlos França era designer gráfico do Senac Bahia há 32 anos. Ele trabalhou por 25 anos no jornal baiano A Tarde, onde fazia charges e ilustrações. O sepultamento dele foi realizado no Cemitério Bosque da Paz.
Março
Riachão
Riachão, sambista baiano, morreu em março de 2020 — Foto: Divulgação
Clementino Rodrigues, o sambista Riachão, na casa onde morava no bairro do Garcia, em Salvador. Nascido no bairro do Garcia, em 14 de novembro de 1921, Clementino Rodrigues era o caçula de uma família de 16 filhos.
Riachão, que se tornou um dos mais importantes sambistas do país, compôs a primeira canção aos 12 anos. Ele compôs sucessos como “Cada Macaco no seu Galho” e “Vá morar com o diabo”.
Grande figura do bairro do Garcia, o artista também foi homenageado, em 2014, pela “Mudança do Garcia”. Um ano depois, em 2015, o circuito “Mudança do Garcia” mudou de nome e passou a ser chamado oficialmente de “Riachão”.
Tradicional Mudança do Garcia quando homenageou Riachão no carnaval
Abril
Moraes Moreira
Moraes Moreia no carnaval de Salvador em 2017 — Foto: Mauro Zaniboni /Ag Haack
O cantor e compositor Moraes Moreira morreu na madrugada do dia 13 de abril, depois de sofrer um infarto agudo do miocárdio. Segundo Eduardo Moraes, irmão do cantor, o corpo de Moraes Moreira foi encontrado após a chegada da empregada doméstica no apartamento em que ele morava. O artista vivia sozinho.
Antônio Carlos Moreira Pires nasceu em Ituaçu, no interior da Bahia, em 8 de julho de 1947. Moraes Moreira começou tocando sanfona de doze baixos em festas de São João e outros eventos na cidade. Na adolescência aprendeu a tocar violão, enquanto fazia curso de ciências em Caculé, na região sudoeste da Bahia, em 1967.
Aos 19, ele foi para Salvador, onde começou a estudar no Seminário de Música da Universidade Federal da Bahia. Lá, ele conheceu seus futuros companheiros dos Novos Baianos, Luiz Galvão e Paulinho Boca de Cantor, além de Tom Zé.
Em 1976, já em carreira solo, ele se tornou o primeiro cantor de trio elétrico, ao subir no trio de Dodô e Osmar, e cantou a música “Pombo correio”, sucesso na época.
MC Dumel
MC Dumel morre em Salvador após ser diagnosticado com Covid-19 — Foto: Reprodução/Redes Sociais
O funkeiro Diego Albert Silveira Santos, mais conhecido como MC Dumel, de 28 anos, foi 35ª pessoa a morrer vítima da Covid-19 na Bahia. Ele faleceu no dia 16 de abril.
MC Dumel, morava em Lauro de Freitas, região metropolitana de Salvador e estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Couto Maia, em Salvador. MC Dumel tinha mais de 103 mil seguidores no Instagram. Além da esposa, ele deixou um filho de quatro anos.
Maio
Sérgio Gaudenzi
Ex-deputado federal Sérgio Gaudenzi, morreu em maio deste ano, em Salvador — Foto: Reprodução/Redes Sociais
O ex-deputado federal Sérgio Gaudenzi morreu na madrugada do dia 26 de maio, aos 78 anos, após uma parada cardíaca, por causa de uma crise de apneia. Ele estava internado no Hospital Aliança, em Salvador, por complicações na saúde, em decorrência da idade. Além de sofrer com apneia, Sérgio também era hipertenso e cardíaco.
O corpo do ex-deputado foi enterrado no cemitério Jardim da Saudade, no bairro de Brotas. Gaudenzi iniciou a vida política na década de 1960, no movimento estudantil. Além de deputado federal, ele também já foi deputado estadual, secretário-geral do Ministério da Previdência Social nos anos 1980 e secretário da Fazenda na Bahia em 1990.
Junho
Félix Mendonça
Ex-deputado federal Félix Mendonça morre aos 92 anos, em Salvador — Foto: Arquivo pessoal
O ex-deputado federal Félix Mendonça morreu aos 92 anos, no Hospital Aliança, em Salvador, no dia 26 de junho. Ele estava internado no Hospital Aliança, em estado grave por causa da Covid-19 e não resistiu.
Natural da cidade de Conceição do Almeida, Félix Mendonça começou a carreira política aos 33 anos, quando foi eleito prefeito de Itabuna. Em 1966, ele assumiu mandato de deputado da Bahia e entre os anos de 1982 e 2011, cumpriu sete mandatos como deputado federal.
Félix Mendonça deixou a esposa, Maria Helena Mendonça e os três filhos: Félix, que é depurado federal, Andréa e Cristiana.
Fernando Neves
Uma das referências do teatro baiano, o ator Fernando Neves morreu em junho deste ano na Bahia — Foto: Arquivo Pessoal
Uma das referências do teatro baiano, o ator Fernando Neves morreu em decorrência de complicações da Covid-19, também no dia 26 de junho.
Apesar de ter se tornado referência na Bahia, Neves era paraense. Ele, que dedicou mais de 60 anos da vida ao teatro, cinema e televisão, começou a atuar no ano de 1955. Entre os espetáculos que participou, estão “O sonho” e “A paixão de Cristo”.
Fernando Neves recebeu o primeiro grande prêmio como ator em meados dos anos 200, além de ter ganhado prêmio de melhor ator coadjuvante no tradicional Festival de Cinema de Brasília. Um dos últimos trabalhos do artista foi na peça “Em Família”.
João Carlos Teixeira Gomes
Jornalista João Carlos Teixeira Gomes morreu em hospital de Salvador em junho deste ano — Foto: Divulgação/Governo da Bahia
O jornalista e escritor João Carlos Teixeira Gomes, morreu 18 de junho, aos 84 anos, em Salvador. Conhecido como Joca, e apelidado de “Pena de Aço”, o jornalista morreu após falência múltipla de órgãos.
Joca foi um dos fundadores do antigo Jornal da Bahia, era membro da Academia Baiana de Letras, onde ocupava a cadeira de número 15, e fez parte do grupo conhecido como Geração Mapa, ao lado do cineasta Glauber Rocha, do pintor Calasans Neto e do também professor e jornalista Florisvaldo Matos.
Ele era filho do primeiro goleiro da história do Esporte Clube Bahia, Teixeira Gomes, do time de 1931.
Julho
Martha Rocha
Martha Rocha no baile preto e branco do Clube Baiano de Tênis, em Salvador, na década de 70 — Foto: Arquivo Pessoal
Primeira Miss Brasil e um dos maiores ícones de beleza do país, a baiana Martha Rocha morreu aos 87 anos no dia 4 de julho, vítima de insuficiência respiratória seguida de infarto. Martha faleceu em Niterói, na Região Metropolitana do Rio.
O corpo da baiana nascida em Salvador foi enterrado no dia seguinte, 5 de julho, no Cemitério no Santíssimo Sacramento, no Rio de Janeiro.
Maria Martha Hacker Rocha foi eleita a primeira Miss Brasil em junho de 1954, em um concurso no Hotel Quitandinha, em Petrópolis, Região Serrana do RJ. Na época, Martha dizia ter 18 anos, mas o filho confirmou à TV Globo que, na verdade, ela tinha 21 e queria parecer mais nova.
Agosto
Elsimar Coutinho
Médico Elsimar Coutinho é internado em hospital de Salvador. — Foto: Redes Sociais / Reprodução
O médico Elsimar Metzker Coutinho, morreu em 17 de agosto, aos 90 anos, após complicações da Covid-19. Ele estava internado na UTI do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Elsimar Coutinho foi internado no Hospital Aliança, em Salvador e depois, transferido para o Hospital Sírio Libanês.
Nascido em 18 de maio de 1930, na cidade de Pojuca, interior da Bahia, Elsimar era filho do médico Elsior Coutinho. Além de médico, era farmacêutico e professor de farmacologia.
Seguindo os passos do pai, se formou primeiro em farmácia e bioquímica, em 1951, pela Universidade Federal da Bahia (Ufba). Quatro anos depois, em 1956, concluiu o curso de medicina na mesma universidade. Fez pós-graduação em Endocrinologia pela Universidade de Sorbonne, em Paris, França, e no Instituto Rockfeller, em Nova Iorque, EUA.
Como professor e pesquisador da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, Elsimar Coutinho fez uma das suas maiores descobertas. Nos anos 60, após observar pela primeira vez os efeitos da supressão da menstruação, o médico revelou a criação do primeiro anticoncepcional injetável de uso prolongado.
Jaime Sodré
Jaime Sodré, historiador e escritor, morre aos 73 anos em Salvador — Foto: Reprodução/TV Bahia
O historiador, escritor e professor Jaime Santana Sodré Pereira, doutor em História da Cultura Negra, morreu em Salvador no dia 6 de agosto, aos 73 anos. Ele teve um infarto. O corpo dele foi sepultado no dia seguinte, 7 de agosto, no Cemitério Jardim da Saudade, no bairro de Brotas, em Salvador
O historiador era viúvo e deixou dois filhos. Sodré era professor da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (Ifba), antigo Cefet. Além disso, era graduado em Licenciatura e Desenho pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (Ufba).
O educador também tinha mestrado em Teoria e História da Arte, e desenvolveu um trabalho sobre a influência da religião afro-brasileira na obra do artista plástico e também escritor Mestre Didi. Entre 1995 e 2011, Sodré publicou diversos artigos sobre a Cultura Negra, como a antologia “Literatura e afrodescendência no Brasil”, além do livro “Da diabolização à divinização: a criação do senso comum”, publicado pela editora Edufba.
Jorge Portugal
Jorge Portugal — Foto: Reprodução Facebook Jorge Portugal
O professor, escritor e ex-secretário de Cultura da Bahia, Jorge Portugal, morreu, aos 63 anos, na noite do dia 3 de agosto, em Salvador. Ele estava internado desde a tarde na UTI cardiovascular do Hospital Geral Roberto Santos (HGRS). Portugal teve de falência cardíaca aguda.
Nascido em 1956, na cidade de Santo Amaro, no recôncavo da Bahia, Jorge Portugal era formado em Letras pela Universidade Federal da Bahia. Ele foi um educador, poeta, letrista e compositor brasileiro que marcou gerações.
O educador ficou conhecido por obras voltadas para estudos universitários, como o livro “Redação é assim”, adotado por cursos pré-vestibulares de Salvador. Sempre sorridente, Portugal se consolidou como apresentador de televisão ao liderar por nove anos “Aprovado”, programa educativo voltado para estudantes universitários na TV Bahia.
Nas redes sociais, Jorge Portugal costumava ler poemas, postar músicas, e claro, dar dicas de estudos. No dia 24 de maio, ele fez um vídeo falando sobre a quarentena.
Jorge Portugal morre de falência cardíaca aguda nesta segunda-feira, em Salvador
Luiza Câmera
Luiza Câmera, defensora dos direitos das pessoas com deficiência, morre aos 75 anos, em Salvador — Foto: Divulgação / SJDHDS
A defensora dos direitos das pessoas com deficiência e fundadora da Associação Baiana de Deficientes Físicos (Abadef), Maria Luiza Câmera, de 76 anos, morreu na tarde do dia 19 de agosto, em Salvador.
Maria Luiza Câmera teve Covid-19, foi considerada recuperada, mas voltou a ser internada após uma pneumonia. O sepultamento dela ocorreu no dia seguinte, 20 de agosto, no Cemitério Bosque da Paz, também na capital baiana.
Reconhecida na Bahia e no Brasil, Luiza Câmera recebeu a Comenda Dorina de Gouvêa Nowill, concedida pelo Senado Federal para pessoas que tenham se destacado por suas contribuições relevantes aos direitos das pessoas com deficiência no Brasil.
Luiza Câmera também é fundadora do Bloco Me Deixe à Vontade, que há 24 anos leva alegria e mensagem de respeito e inclusão às ruas durante o carnaval de Salvador.
Setembro
Tarcísio Freitas de Oliveira
Cantor da banda baiana Chicana, Tarcísio Freitas de Oliveira, morreu em um acidente de carro em setembro de 2020, na Bahia — Foto: Redes Sociais
O cantor da banda baiana Chicana, Tarcísio Freitas de Oliveira, conhecido como Tay no meio artístico, morreu aos 36 anos, no dia 19 de agosto. Tay foi vítima de um acidente de carro na BR-116, trecho entre as cidades de Tanquinho e Feira de Santana, a cerca de 100 km de Salvador.
De acordo com Edilson Freitas, irmão mais velho do cantor, Tay voltava da cidade de Candeal, que fica a cerca de 60 km de Feira de Santana, onde o artista morava. O cantor tinha se apresentado no município e retornava para casa quando o acidente aconteceu, por volta das 17h.
Ainda segundo Edilson, Tay tentou desviar de um carro que fazia uma ultrapassagem e o veículo que ele dirigia acabou capotando e saindo da pista. Ele viajava sozinho e morreu no local do acidente.
Novembro
Jotinha
José Luiz Almeida da Silva, o Jotinha, ficou famoso com áudios e vídeos virais no WhatsApp — Foto: Reprodução/Instagram
O humorista José Luiz Almeida da Silva, mais conhecido como Jotinha, morreu aos 52 anos no dia 5 de novembro. Jotinha teve falência múltipla de órgãos em consequência da Covid-19. Ele foi sepultado no dia 6 de novembro, na sua cidade natal, Elísio Medrado, município que fica há 230 km da capital baiana.
Ao apresentar sintomas da Covid-19. Jotinha foi internado em um Hospital de Santo Antônio de Jesus, a cerca de 40 km de Elísio Medrado, onde morava com a família. Ele não era casado, nem tinha filhos, mas deixou a mãe, uma idosa de 88 anos, irmãos e sobrinhos. A mãe dele também teve Covid, mas se recuperou.
José Luiz Almeida Silva tinha mais de 1 milhão de seguidores somente no Instagram e ganhou projeção na internet por causa do tom de voz, o jeito debochado de comentar sobre futebol e a maneira bem humorada de “cornetar” os amigos nos grupos de Whatsapp.
Humorista Jotinha, morre em decorrência da Covid-19 na Bahia
Zé Clemente
Ex-deputado estadual, Zé Clemente morreu em novembro deste ano na Bahia — Foto: Alba/Divulgação
O ex-deputado estadual e médico oftalmologista, José Clemente Alves Gondim, conhecido como Zé Clemente, morreu aos 77 anos por causa da Covid-19. A informação foi divulgada pela Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), no dia 8 de novembro, mas a data da morte do político não foi informada.
De acordo com a Alba, Zé Clemente estava internado em um hospital de Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia. A Alba informou que Zé tinha perdido a esposa Isabel Cristina no dia 15 de outubro.
Conforme informou a assembleia, Zé Clemente foi suplente de deputado estadual pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), na legislatura de 1995 a 1999, se efetivando na titularidade em janeiro de 1997. Novamente suplente pelo PTB, na legislatura 1999 a 2003, Zé se efetivou em outubro de 2000, em substituição ao deputado Antônio Honorato.
Na Alba, Zé Clemente foi vice-presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico e Turismo e titular das Comissões de Saúde, Saneamento, Defesa do Consumidor, Seca e Recursos Hídricos e da Irrigação.
Dezembro
Cira
Jaciara de Jesus, mais conhecida como Cira do Acarajé, morreu em dezembro deste ano — Foto: Maiana Belo/G1
Uma das baianas de acarajé mais famosas da Bahia, Jaciara de Jesus, conhecida como Cira, morreu aos 69 anos, no dia 4 de dezembro, em Salvador. De acordo com uma das filhas de Cira, Cristiane de Jesus, a baiana estava internada havia 18 dias, no Hospital São Rafael, unidade de saúde particular de Salvador, após apresentar problemas renais.
O velório reuniu familiares na casa de Cira, em Itapuã, e o enterro dela ocorreu no dia 5 de dezembro, em um cemitério que fica no mesmo bairro.
O acarajé de Cira é um dos mais conhecidos de Salvador e ela possui quiosques em diversos bairros de Salvador (Piatã, Itapuã e Rio Vermelho) e um em Lauro de Freitas, na região metropolitana. A família segue o legado da matriarca e mantém os quiosques com a venda de acarajés, abarás, bolinho de estudante, cocada, entre outros.
Cira já trabalhava há 50 anos fazendo acarajé e criou todos os filhos atuando como baiana. Segundo familiares, religiosa, Cira era “filha” de Oxum Opará, orixá de dupla personalidade. Durante seis meses carrega a beleza de Oxum e no semestre final, a força de Iansã. Cira morreu no dia de Santa Bárbara, que no sincretismo religioso é representada por Iansã. Além disso, o acarajé, no ritual do candomblé, é a comida ofertada a Iansã.
Jean Marques
Artista baiano, Jean Marques, morreu este ano na Bahia por complicações de cirrose hepática — Foto: Reprodução/TV Subaé
O ator, animador e produtor cultural feirense, Jean Marques, morreu na madrugada do dia 3 de dezembro, no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), em Feira de Santana, cidade a cerca de 100 km de Salvador.
Segundo a família, Jamilson Marques Vitória, de 36 anos, conhecido como Jean Marques, estava internado desde o dia 17 de novembro, por causa de uma cirrose hepática. Ele chegou a ser transferido para um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas não resistiu às complicações da doença.
Entre os trabalhos mais recentes de Jean Marques, estão as peças teatrais “Madame Scargot – A Vidente do Amor”, o grupo de bonecos Tio Jean Kids e o espetáculo “Coisas da Minha Avó”, em homenagem a avó, dona Maria.
Em 2019, Jean teve uma participação especial na coluna da micareta da TV Subaé, afiliada da TV Bahia, interpretando um personagem criado por ele: Lele Bolero. Jean resgatou histórias pitorescas e a trajetória do artista Lili Bolero, um personagem marcante interpretado pelo artista Aliomar Simas, em Feira de Santana, na década de 70. (G1)