O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, confirmou, nesta segunda-feira, 3, que o governo brasileiro vai trazer de volta de Wuhan, na China, epicentro da epidemia do novo coronavírus, os brasileiros que queiram voltar ao País. “São cerca de 30 a 40 pessoas e devemos iniciar a operação (de retirada dessas pessoas daquele país) disse o ministro, em entrevista à Rádio Gaúcha.
Segundo o ministro, o governo de Israel já autorizou o pouso do avião com os brasileiros naquele país, até mesmo porque eles possuem áreas de isolamento. A Força Aérea Brasileira (FAB) já está elaborando o plano de voo da aeronave que trará os brasileiros de Wuhan, com escala em Israel, pois não há voo direto em decorrência da distância entre Brasil e China.
Onyx disse que a operação de retirada desses brasileiros está sendo analisada sob vários aspectos, não apenas o da logística, inclusive com a escolha de um local no Brasil para que eles fiquem em isolamento, a fim de não colocar a população do País em risco. Dentre os locais que estão sendo estudados, estão Florianópolis, Anápolis e localidades no Nordeste, mas nada ainda definido. “Vamos trazer os brasileiros da China, mas não podemos colocar toda a população brasileira sob risco.”
Como o Brasil não dispõe de um lei de quarentena, o ministro disse que o governo vai enviar ao Congresso Nacional uma Medida Provisória (MP) estabelecendo as regras para os procedimentos de isolamento e medidas a serem adotadas quando surgirem tais epidemias.
O governo fará na manhã desta segunda-feira a primeira reunião do grupo de emergência que vai discutir medidas de preparação e de enfrentamento do coronavírus no País, sob coordenação do Ministério da Saúde, com representantes da Casa Civil e dos ministérios da Justiça, Defesa, Agricultura, Desenvolvimento, do Gabinete de Segurança Institucional e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Na entrevista à Rádio Gaúcha, o ministro voltou a falar também da crise que atingiu a sua pasta, com o esvaziamento de algumas funções, e reiterou o que já havia afirmado neste final de semana, que está tudo pacificado e que vai continuar à frente do ministério. E voltou a dizer que “não está em busca de poder, mas sim com fome de servir”.