Rachel Sheherazade venceu o SBT no processo trabalhista e de assédio moral que moveu contra a empresa de Silvio Santos. A jornalista trabalhou por quase dez anos na emissora e foi demitida em setembro de 2020. Ela pediu uma indenização de quase R$ 20 milhões, mas não ganhou tudo o que pediu: ela deverá receber em torno de R$ 4 milhões.
No despacho do juiz Ronaldo Luis de Oliveira, da 3ª Vara do Trabalho de Osasco, protocolado no fim da tarde de sexta-feira, 21/1, ele levou em consideração alguns apontamentos da jornalista e entendeu que ela manteve vínculo empregatício com a emissora, mesmo sendo contratada em esquema PJ e não tendo a carteira de trabalho assinada.
A decisão é extensa e o magistrado dá diversas broncas no SBT. Um dos pedidos da jornalista foi o de indenização por assédio moral no valor de R$ 500 mil por conta da exposição sofrida durante o Troféu Imprensa de 2017, quando levou uma bronca em rede nacional de Silvio Santos. O juiz classificou o episódio como “lamentável” e acatou o pedido de Rachel.
“Aparentemente, a pretexto de homenagear a apresentadora, diante de vasto público que a assistia (e ainda a assiste por plataformas digitais), o referido apresentador (Silvio Santos), de forma muito deselegante e abusiva, em comportamento claramente misógino, utilizou o seu poder patronal e de figura notória no meio artístico e empresarial para repreendê-la, em público, não somente como profissional, mas, sobretudo – como se pode concluir –, por questão de gênero, rebaixando-a pelo fato de ser mulher, a qual, segundo expressou, deveria servir como simples objeto falante de decoração“, disse o juiz em na sentença.