Vereador eleito diz que receber salário em janeiro é “injusto”

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Aos 64 anos, completados 7 dias depois de eleito vereador no DEM por Riachão do Jacuípe, na Bacia do Jacuípe a 195 km de Salvador, Chuá, como é conhecido, tradicional comerciante do ramo de farmácia na cidade, fez uma campanha simples gastando, conforme o site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) apenas R$3.840,45 (três mil, oitocentos e quarenta reais e quarenta e cinco centavos), e promete renunciar ao salário de R$ 7.500,00 (ou 6,89 salários mínimos) por mês, que teria direito em janeiro de 2021. O custo mensal para os cofres municipais seria em torno de R$ 9,5 mil por edil.

Segundo Chuá, um senhor simpático, casado há 40 anos (faz hoje) com D. Alene, pai  de 2 filhos (Mariana, advogada, e Zé Raimundo, policial), de boa conversa e, acima de tudo, sincero, diz que não é “justo que tome posse no dia primeiro de janeiro, entre em recesso (férias) imediatamente e, no fim do mês, receba mesmo sem trabalhar”.

Eleito com 523 votos – o 12º dos 13 que vão estar na Câmara entre 2021 e 2024 (se a eleição fosse apenas com os mais votados seria o primeiro suplente) – ele garantiu à reportagem que vai envidar todos os esforços para não receber o subsídio parlamentar.

Mesmo ouvindo de especialistas que não pode abrir mão de um direito não se convence e vai lutar, inclusive, na Justiça para que a verba não entre na conta. Porém, essa possiblidade é remota.

Indagado se, ao receber não poderia doar a instituições que prestam serviços sociais em Riachão do Jacuípe, não descarta, mas está convicto que não poderá porque não vai receber.

Na campanha, não era raro vê-lo pelas ruas cumprimentando todos os que passavam, comum no dia a dia desse jacuipense nato que já foi candidato a vice-prefeito em 2016 na chapa do atual prefeito eleito também pelo DEM, Carlinhos Matos.

Na farmácia, que fica na principal praça da cidade, onde a redação esteve por alguns instantes, Chuá dialoga com todos sempre puxando assunto com uma simpatia muito peculiar e tentando ajudar e orientar clientes.

Intransigente, ele busca apoio legal para não receber o salário a que tem direito. Mas, mesmo entre familiares com formação em direito e advogada, encontra resistência à pretensão.

A mulher, D. Alene, garante que ele é persistente e vencedor. Porém, acha que dessa vez não deve lograr êxito.

Informado que o vereador não deve nem trabalha apenas durante as sessões ordinárias ou extraordinárias na Câmara Municipal, garante que “não concorda com esse pagamento e não vai receber”.

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