Em crise, Observatório Antares é prejudicado por cortes nos repasses de verbas do governo estadual

Bahia

Localizado no bairro Jardim Cruzeiro, o Observatório Antares foi fundado em 1971 e incorporado à Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) em 1992. Trata-se de um centro de pesquisas nas áreas de astronomia, astrofísica, física solar e de sensoriamento remoto e está interligado aos mais importantes centros astronômicos do país e do mundo.

Durante sua história, o Observatório promoveu sessões públicas de visitação, dirigidas ao sistema educacional e a toda comunidade, que podia assistir às atividades desenvolvidas com os telescópios e, principalmente, com o seu equipamento principal, o planetário. Nele, era possível observar um céu artificial, numa espécie de cinema, permitindo uma visão privilegiada das estrelas; do sol; da lua; dos planetas, além de simulações de eclipses, do movimento dos astros nas estações do ano, entre outros fenômenos.

No entanto, há alguns anos, o órgão não tem conseguido atender a essa demanda da sociedade, principalmente das escolas que o procuram, em razão da falta de pessoal e de infraestrutura: problemas que se mantêm, segundo a equipe responsável pelo local, devido aos constantes cortes nos repasses de verbas por parte do governo estadual.

A vice-reitora da UEFS, Norma Lúcia Fernandes, lembra que o Observatório é um equipamento da UEFS e que não só ele, mas como toda a universidade, têm passado por dificuldades no que diz respeito à manutenção. Ela conta que a entidade possui 114 prédios e que a maioria deles está há um bom tempo sem reparos por conta dos cortes nos repasses pelo governo do Estado.

A professora explica que, embora tenha havido, na verdade, um aumento no orçamento nominal na Lei Orçamentária Anual para R$ 72 milhões em 2018 (de 2014 a 2017 estes valores oscilaram entre R$ 50 e R$ 51 milhões), o valor repassado, de fato, para que a universidade pudesse executar, foi de apenas R$ 52 milhões. Esse valor, ela diz, “para manutenção de tudo: de terceirizados, de manutenção predial, de bolsa, RU, de tudo, na verdade, que faz a universidade funcionar”. “Então, no ano passado, apesar de a gente ter tido esse aumento de orçamento para R$ 72 milhões, o repasse ficou em 52 milhões”, completa

De acordo com a vice-reitora, mesmo diante destas dificuldades, foram feitos alguns reparos no Observatório, a exemplo do Planetário, que estava com um grave problema de infiltração se conseguiu fazer uma impermeabilização e pintura, e de parte dos banheiros, que, sem funcionar, impediam a instituição de receber escolas.

Ela fala que o orçamento nominalmente previsto para 2019 é de R$ 77 milhões e que é preciso que o repasse do valor total seja feito para que a universidade possa cuidar não só do Antares, mas de outros equipamentos que a instituição tem, como o Museu Casa do Sertão, a Galeria de Arte, que também passa por problemas, a fim de atender melhor à comunidade feirense.

Entretanto, a vice-reitora Norma Lúcia já sinaliza: só é possível ter uma ideia acerca da regularidade dos repasses, normalmente, a partir de março. Ela conta que, nos últimos anos, durante os meses de janeiro e fevereiro a universidade não tem tido o básico sendo repassado para realizar operações básicas, como o pagamento de terceirizados ou de bolsas; e só a partir de março é que dá para se ter um parâmetro de como os repasses mensais serão feitos e se ocorrerão da forma em que foi aprovada na Lei Orçamentária, pois o orçamento é dividido e repassado em 12 meses.

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