Pesquisa da Ufba aponta que imunidade à dengue pode proteger contra zika

Brasil Saúde

Em meio ao aumento do número de casos de dengue na Bahia – com confirmação de um surto em Feira de Santana – os baianos podem ter uma boa notícia: pessoas que tiveram dengue e que adquiriram imunidade têm menor risco de transmissão do zika vírus. Segundo o Correio, essa é a conclusão de um estudo divulgado nesta sexta-feira (8), na revista Science, uma das mais prestigiadas publicações acadêmicas. A pesquisa foi realizada pelo Instituto de Saúde Coletiva (ISC) da Universidade Federal da Bahia (Ufba); pelo Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz Bahia), através do Laboratório de Patologia e Biologia Molecular, e por parceiros internacionais como a Escola de Saúde Pública da Universidade de Yale, em New Haven, nos Estados Unidos, com o pesquisador Albert Ko.

É a primeira vez que um estudo investiga a relação entre as doenças a partir da realidade de uma comunidade. Os pesquisadores acompanharam 1.453 moradores do bairro de Pau da Lima, em Salvador, entre março e outubro de 2015. Dessa amostra, o percentual de pessoas que contraiu o vírus da zika no período de surto da doença chegou a 73% do total. Desse total, o estudo revelou que apenas um terço dessas pessoas manifestou sintomas – e eles foram leves. Não houve nem mesmo febre associada ao vírus zika, de acordo com o coordenador da pesquisa na Bahia, Federico Costa, professor do ISC.

Além disso, mesmo com uma alta taxa de infecção, logo houve uma diminuição nos casos. “Então, esses dados sugerem que essa infecção pelo vírus zika poderia estar sendo como uma vacina natural. Ou seja, uma futura imunidade para futuras infecções do mesmo vírus de zika”, explica o professor. A terceira conclusão do estudo foi de que, embora a taxa de infecção tenha sido elevada na comunidade, não foi um percentual homogêneo. Enquanto em algumas localidades até 90% dos moradores foram infectados, o número foi bem baixo em outras áreas. Isso sugere que essas ‘subáreas’ onde as pessoas não foram infectadas podem ser possíveis locais de entrada para o vírus no futuro, já que esses moradores ainda são vulneráveis. (Bocão News)

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