Santo Amaro:Arquiteto fala sobre reforma no Mercado Municipal de

Santo Amaro

Marcos Vinicius Dias, arquiteto que está a frente das obras de reforma do mercado Municipal de Santo Amaro, falou sobre as intervenções que serão feitas no local. Segundo ele, essa é uma intervenção necessária para o mercado municipal. “A nossa feira livre tem uma importância muito grande para nossa economia. São muitos feirantes, muitos pais e mães de família que vivem ali no dia a dia e que passam uma boa parte do seu dia naquela área da cidade e merecem ter esse retorno da administração”, afirmou.

O arquiteto diz ainda que estão tentando requalificar a feira livre de Santo Amaro e que essa não será uma intervenção que não será feita apenas em uma etapa. “Nesse primeiro momento, nós vamos estar intervindo na área externa do mercado. Naqueles largos, tanto no Largo do Bembé, quanto naquelas duas áreas laterais do mercado municipal, onde ficam as carnes seca, onde fica o feirante que trabalha com peixe e carnes verdes. Vamos mexer  naquela estrutura metálica de cobertura que está bastante deteriorada e também em todo o piso daquela área”, explica.

E, numa etapa seguinte, ainda conforme Marcos, será feita a intervenção na área interna do mercado, em seu prédio. “A edificação de uma forma efetiva. Posteriormente, vamos tratar da padronização das barracas, tentar melhorar essa questão, dando uma uma nova visão àquela feira e também uma melhor qualidade de trabalho para os feirantes”.

Na etapa seguinte, a prefeita Alessandra Gomes (PSD) tem a ideia de levar uma creche para os feirantes. “Existe já a intenção de desapropriar uma edificação na área da feira e a ideia é trazer um conforto para as mães e os pais que tem seus filhos e às vezes deixam eles com um parente e até mesmo levam essas crianças para a feira e passam a boa parte do dia ali. Essa creche eu imagino que vai humanizar a relação com os feirantes e será com certeza uma grande intervenção da administração de Alessandra Gomes”.

A prefeita pretende ainda levar um posto de saúde satélite para atender aqueles feirantes. O arquiteto ressalta que a feira de Santo Amaro tem uma história. Começou nos dias de segunda-feira, foi estendida para o sábado e com o tempo vemos que ela acontece praticamente todos os dias. “Às vezes até dia de domingo e feriado o feirante está lá trabalhando. É uma atividade econômica de extrema importância para nossa cidade. Como eu falei antes, são muitos pais e mães de família que trabalham ali, vivem boa parte do seu dia. Chegam 4h, 5h da manhã e saem de lá no final da tarde. A administração municipal tem essa preocupação em humanizar o tratamento dado aos feirantes e dar uma boa condição de trabalho a eles. Por isso a ideia da creche e do  posto satélite. Isso dará com certeza qualidade de trabalho”.

Audiência pública

Uma audiência pública foi realizada com os representantes das religiões de matrizes africana. Essa iniciativa dá-se porque Santo Amaro é uma das cidades que tem anualmente o tradicional Bembe do Mercado. O arquiteto conta que fizeram uma primeira audiência há cerca de um mês. O projeto foi apresentado. “Eles nos fizeram perguntas, nós discutimos e debatemos a respeito do projeto. A prefeita fez considerações, ouviu as sugestões e reclamações dos feirantes também. Nós decidimos também fazer uma segunda audiência específica com os representantes da Associação do Bembé no Mercado, que são sacerdotes e sacerdotisas que organizam a festa do mercado. Festa essa que é importante na nossa cidade. É uma festa secular, tradicional e de extrema importância para o povo de Santo Amaro, da Bahia e do Brasil. Ela foi recentemente registrada pelo Instituto Patrimônio Histórico Artístico Nacional como patrimônio patrimônio cultural nacional. Então, nós tivemos a preocupação como é uma festa registrada pelo IPHAN e é um local que a gente considera também um local sagrado do candomblé, da religião, como um lugar sagrado da nossa cidade, tivemos a consciência de tratar dessas questões com esses representantes da associação” e ouvi-los em relação a esse projeto”.

Marcos lembra ainda que existe aquela máxima de que toda obra gera um transtorno, principalmente quando é num espaço público da cidade. “Com essa obra não vai ser diferente. Ela vai gerar alguns transtornos, mas a nossa prefeita Alessandra Gomes nos instruiu a fazer essa intervenção de uma maneira que não prejudique os feirantes de forma alguma, do feirante mais humilde até aquele que tem uma barraca maior e que vende mais produtos. Vamos tentar fazer essa intervenção de uma maneira a equacionalizar esses transtornos que vão acontecer. Por isso a realização das obras em etapas. Não vamos intervir no mercado de uma vez só”, finalizou.

Com informações do repórter Gilliard José

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