Secretário municipal de Saúde e empresa responsável por Hospital de Campanha em Santo Amaro desmentem vereadora de oposição

Santo Amaro

Em entrevista ao BNews, o secretário municipal de Santo Amaro, Holmes Filho, afirmou no início da tarde da última quarta (11) que a pasta ainda não recebeu o requerimento aprovado pela câmara. Contudo, ao escutar a descrição do teor do documento – e das denúncias realizadas pela vereadora -, o titular da secretaria negou as informações.

O secretário garantiu que os profissionais do hospital Santa Maria da Natividade trabalham com o devido acesso aos equipamentos de proteção individual. Ele explica que o atendimento de pacientes diagnosticados com o novo coronavírus está sendo realizado em um hospital de campanha montado em uma ala da unidade anteriormente apresentava-se desativada.

Ele afirma que toda a equipe da unidade de atendimento exclusivo a pacientes da doença é diferente daquela que atende a outras alas do hospital Santa Maria da Natividade.

“Temos um lugar reservado para a maternidade e temos o hospital de campanha da Covid-19, que é separado. O profissional que trabalha com coronavírus é um, e o profissional de clínica médica, maternidade, é outro. Não há cruzamento”, explica.

Da mesma forma, ele acrescenta que a unidade conta com três ambulâncias e que um destes veículos é de uso exclusivo de pacientes portadores da SARS-CoV-2. Holmes elucidou ainda que a instituição não realiza parto cesariano, e que por isso não possui centro cirúrgico funcionando ou anestesistas em sua equipe obstetrícia.

De acordo com o secretário, os partos realizados no local são humanizados, e “contam com a presença de enfermeiras obstétricas”. Já as pacientes que precisam realizar uma cesariana, são encaminhadas à regulação e direcionadas para maternidades as quais o município tem pactuação. “Isso [as acusações] é uma questão política. Ela é vereadora da oposição, e está querendo fazer política com a aproximação das eleições, politicagem”, opinou.

Contratos

Na tarde desta quinta-feira (11), o BNews conversou com o diretor médico e técnico da Associação, Claudio Vitti, e com Ana Paula Marques, diretora assistencial, sobre a situação dos trabalhadores que integram o quadro do Nossa Senhora da Natividade e que foram contratados pela Saúde e Movimento.

Questionados sobre se os profissionais haviam passado por exame admissional após o cancelamento comunicado em 13 de abril, a dupla alegou que o procedimento não está sendo exigido pela lei trabalhista no atual contexto de pandemia do novo coronavírus. “Não precisa, e estamos amparados pela lei”, explicou Vitti.

Eles confirmam, contudo que o último salário dos funcionários foi pago parte pela prefeitura e parte pela associação. A equipe responsável pelo projeto afirma que o contrato foi celebrado no último dia 27 de abril, mas que haviam “diversas questões técnicas e estruturais” que precisavam ser contornadas na parte da unidade que estava desativada.

“Pedimos 15 dias para que arrumássemos a casa, digamos assim. Entramos com uma reforma, toda a parte de estrutura, parte elétrica e equipamentos”, recordam. Assim, os profissionais só passaram a ser de responsabilidade da empresa do dia 16 de maio à diante, e por isso o valor do salário acabou sendo repartido.

Vitti acrescenta, contudo, que desde 1ºde maio já existia uma equipe técnica da instituição trabalhando na unidade – uma coordenadora de enfermagem e outra administrativa, além do  diretor médico. “Apesar de não ser de nossa responsabilidade o pagamento, nós já estávamos assumindo e tentando introduzir nossos protocolos e fluxos”, acrescentou.

Ambos também afirmam que nas duas primeiras semanas uma equipe dos Recursos Humanos esteve no local para conversar sobre questões salariais com os funcionários. Eles salientam que anteriormente, alguns enfermeiros recebiam valores incompatíveis com sua classe profissional e que foi necessário realizar uma “arrumação a nível salarial”.

“Nem todos tinham carteira assinada, e nós assinamos a carteira de todos, exceto médico. Todos os profissionais tem carteira assinada”, concluiu. Vitti também afirma que encaminhou a vereadora os contratos, fluxos e protocolos adotados desde o último dia 16 de maio. A reportagem procurou a vereadora nesta tarde, para que ela comentasse essas informações.

Vitti por sua vez, comunicou a reportagem, pouco tempo após a publicação, que solicitou a secretaria de saúde do município que convocasse uma audiência pública, com a presença inclusive do Ministério Público da Bahia (MP-BA), para abordar a questão do contrato e oferecer esclarecimentos.

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